quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O que "causou" no Fashion Rio - Outono / Inverno 2009

Olá! Para quem não acompanhou o Fashion Rio Outono/Inverno 2009 aqui vai um balanço do que senti, vi e ouvi por lá.


Enfim um inverno com a cara do Brasil. Cores alegres como o vermelho, amarelo, verde, roxo e azul aparecem em quase todas a coleções.


O preto não perdeu seu lugar de descaque, mas o branco apareceu com força total, também os cinzas e amarrons.





Decotes também não faltaram, principalmente nas costas, tomara-que-caia também teve aos motes, além de transparências e tecidos mais leves. Os vestidos reinaram em todos os desfiles e em todos os comprimetos, do curto ao longo.




As calças skinny ainda aparecem, mas perderam um pouco de espaço para as calaças retas, pantalonas (curtas e compridas). Além do saruel, os ganchos das calças desceram um pouco.


Muitos babados, drapeados, plissados, camadas e sobreposições.



As estampas ficaram marcadas pelos geométricos, o xadrez ainda aparece em algumas coleções, os motivos étnicos e as flores aplicadas e estampadas também têm seu lgar.



E por fim os tricôs, que ganharam destaques nos pescoços, em maxigolas por exemplo, e nas coleções masculinas.

O que esperar para o Inverno 2009?

Olá! Depois de um longo tempo, volto cheia de novidades pra vcs! Pra começar vou colocar aqui, um texto que nos presenteia com a pesquisa realizada pela WGSN, na minha opinião a maior agência de tendências do mundo, sobre o que vem por aí para o Inverno 2009.
Existem várias linhas de tendências, mas todas elas se encotram num único conceito, o da valorização da vida! A busca constante e o intenso desejo da humanidade pela paz, gentileza e harmonia, ou seja por um mundo melhor, se mostra também na moda através de temas que irão aquecer o inverno vindouro.
Invencível, Legal ou Futuro Imperfeito? Escolha sua macrotendência para o inverno 2009.

Enquanto os fashionistas no Brasil miravam o verão 2009, o WGSN, maior site de pesquisa de tendências de moda do mundo, já estava de olho nas palavras de ordem das próximas estações. No primeiro dia de desfile da SPFW 2008, e como já se tornou tradição, o WGSN apresentou para uma platéia de fashionistas e antenados, que lotou as salas do Cinemark Shopping Iguatemi, o que vai ditar moda nos próximos anos.

Depois de uma apresentação que foi buscar desde inspirações nas ruas de Varsóvia a restaurantes subterrâneos de Shangai, e seja qual for o seu estilo, não tenha dúvida: em 2009, você vai ser Invencible, Nice ou Future Imperfect. Não necessariamente por escolha própria. Muito menos por imposição da indústria da moda. Na verdade, o universo conspira a favor destas três vertentes. E o estilista, designer ou empresário que seguir estas vertentes terá sucesso garantido. Por quê? Porque, muito antes que estes conceitos cheguem às passarelas de Londres, Paris, Milão e São Paulo, o mundo já os segue. Como?

Sendo Invencível e mudando sua realidade, criando novos sons (como os movimentos musicais dos subúrbios de Los Angeles e Paris), assumindo novas identidades por meio de avatares digitais e fantasias de super heróis de vídeo game.


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Ou, então, sendo Nice. Ser legal é a palavra de ordem de um mundo que não esquece dos problemas, mas sorri e integra movimentos como 'yoga hope' e se inspira nos valores e tradições de gerações passadas. Como? Criando uma linha de geléias exclusiva inspirada na 'receita secreta da vovó'. Ou linhas de chá que, em vez dos tradicionais 'sabores', carregam pacotinhos de 'felicidade', 'amore eterno' e 'simpatia'.


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Que tal pertencer ao grupo dos que adoram um "Futuro Imperfeito"? Longe de ser uma vertente pessimista, os 'membros' desta turma praticam conceitos como o wabi sabi, a filosofia oriental de valorizar o 'mundo como ele é' e transformá-lo da melhor forma. Como? Transformando o vão de um viaduto na Dinamarca em um playground colorido ou 'decorando' um muro na Faixa de Gaza com grandes painéis de gente sorrindo (parte do projeto 'Let's Face It).


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E como todas estas macrotendências tão abstratas vão se traduzir em cultura, comportamento, criações de moda e estilo e, claro, negócios? Por meio das pesquisas e estatísticas dos 'olheiros' e consultores do WGSN, que se espalham por várias cidades do mundo, incluindo São Paulo, em busca do último 'grito da moda'.

Por isso, no próximo inverno, antes de comprar um edredom com cara de 'feito de crochê da vovó' ou uma nova bota com jeito de 'herói espacial', saiba que tudo pode ter sido muito bem pesquisado, pensado e estudado pelos mais de 25 mil clientes do site espalhados pelo mundo, que percorrem desde os subúrbios de cidades como São Paulo e Milão até as passarelas da altíssima costura de Paris e Nova York, passando por restaurantes 'disfarçados' que se escondem embaixo de inofensivas lojas de conveniência na China. Tudo para descobrir o que pensam, sentem, ouvem, comem e consomem os consumidores de todo o mundo.

Conspiração? Plano para seduzir o consumidor (des)avisado? Sim e não. Como bem disse a diretora de conteúdo do WGSN, Juliet Warketin, "o Brasil tem tudo para ser o próximo 'ponto quente' global da moda, ideal para os empresários da área." Por quê? Porque já segue, mesmo que sem alarde (ainda) da mídia e da indústria, estas três macrotendências. Chegar à prateleira, como já provado, é só questão de tempo. E de gosto.

domingo, 7 de dezembro de 2008

2009

Sempre na virada do ano nos enchemos de novos desejos, novos sonhos, novos planos... Alguns colocam no papel essas metas, outros apenas as visualizam e cada um ao seu jeito vai construindo entre o último e o primeiro dia do ano um novo começo para o resto de suas vidas (que dura até o próximo ano!!).

Seja lá qual for o seu estilo, não podemos esquecer que o mundo se encontra em um momento delicado. Durante toda nossa vida escutamos que a melhor maneira de garantir o futuro é poupando. Mas não entendemos que poupar não se limita apenas ao dinheiro, que no sistema capitalista no qual vivemos é, sem dúvida, muito importante para garantir uma qualidade de vida.


Mas vamos um pouco além... Do que adianta poupar o dinheiro se os recursos naturais estão se esgotando e não estamos, ou melhor, não fomos preparados e nem educados para pouparmos esses recursos que são tão importantes para nossa sobrevivência.


Não estou aqui querendo dar lições de moral, apenas pedindo para que cada um à sua maneira ache um jeitinho de poupar a nossa vida. Um pouco que cada um fizer com certeza faz a diferença. Se alguém aí sonha em constituir família e ter filhos assim como eu, que tal pensar neles e descobrir o que você pode fazer em 2009 para melhorar o mundo.


UM FELIZ 2009 PARA TODOS!!!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A "contracultura" - Woodstock



Desde o início de 1960, o medo da bomba atômica tomava conta das mentes e beirava a paranóia. As pessoas planejavam como escapar da possibilidade de uma guerra nuclear controlada e grupos se reuniam para discutir como a população deveria se comportar para se defender da radioatividade em caso de bombardeio russo. Além disso, outro grande tema da população norte-americana era o horror ao comunismo.
Em 1967, a Guerra do Vietnã serviu de estopim para aquecer o “verão do amor”, numa manifestação ocorrida em Nova York, em 15 de abril, para celebrar a paz com o lema “Faça amor, não faça guerra”. O evento reuniu trezentas mil pessoas e se repetiu durante toda a estação em outras cidades dos Estados Unidos e na Europa.
Não só a guerra era motivo de descontentamento. Em 1968, ano de incrível efervescência, o mundo parecia prestes a explodir como uma caldeira em ebulição. Iniciando nos Estados Unidos, o novo espírito de inquietação incluía passeatas, contestações e continentes, com jovens lutando em todas as frentes.




Ocorreu verdadeira revolução nos costumes. Havia necessidade de quebrar velhos tabus e destruir valores estabelecidos. Paz e amor; desbunde; aqui e agora; contra o poder das armas, o poder da flor (flower power), o poder gay (gay power), a libertação feminina (women’s lib) e o poder negro (black power). Manifestações e palavras de ordem foram sedutoras o suficiente para mobilizar multidões de jovens nas mais diversas partes do mundo.



Esse conjunto de manifestações novas que brotaram em diversos países foi chamado de contracultura. Trata-se da reivindicação de um estilo de vida diferente da cultura, valorizada e defendida pelo sistema. A recusa radical da juventude aos valores convencionais entravam em cena com alarde. Dar um basta às idéias e modos de vida herdados de gerações anteriores: a discriminação racial, o autoritarismo, o consumismo, o trabalho alienado, a guerra e, com ela, a corrida armamentista. Buscava-se novas formas e novos valores tradicionais de expressão.
Entre eles, despontou a repressão sexual. Era preciso quebrar tabus, estabelecer novos valores. A descoberta da pílula anticoncepcional e a chegada da minissaia representavam o início da descontração e o fim dessa repressão sexual. Nas artes, proliferavam grupos de teatro de rua, com curtas encenações que contavam com a participação do público. Também pela primeira vez, palavrão e nudez faziam parte de muitos espetáculos teatrais.
Florescia um movimento social de cunho fortemente libertário, com enorme sedução da juventude dos setores médios urbanos. Rapidamente o movimento hippie se expande, com suas comunidades no campo e na cidade. Festivais de música, viagens e carona com mochila nas costas, orientalismo e passeatas pela paz ocorriam em toda parte.
O movimento hippie, como porta-voz de uma geração, recusava a sociedade de consumo, a valorização do sucesso material, propunha a liberalização sexual e, como pacifistas, fugia à convocação para a Guerra do Vietnã. “Contra o poder das armas, o poder da flor” – esse era o lema pacifista.
São Francisco, região portuária, tradicionalmente recebia pessoas de quase todas as partes do mundo. Berço do movimento hippie, ficou a nostalgia de uma canção (de Scott Mackenzie) que leva o nome da cidade. A melodia aconselhava a quem fosse para São Francisco que pusesse flores no cabelo. Lá, iria encontrar gente legal, principalmente no verão. Iria sentir também “uma vibração estranha” de uma geração em movimento.


O surgimento dos hippies chocava a sisudez da velha guarda, inconformada diante da promiscuidade dos jovens de cabelos compridos que faziam amor livre, a sensualidade e da vida nômade e libertária suas armas de combate à violência do mundo industrializado. Por outro lado, a experiência da droga, como forma de buscar a ampliação da sensibilidade, o erotismo, a preferência pela expressão artística no lugar do discurso político assumiam uma postura “contracultural”, que encantavam toda uma geração.
No interior do grupamento hippie, apropria organização econômica se torna comunal e muitos se voltam às atividades agrícolas. A nova forma de vida significava recusar a sociedade industrial e buscar o retorno à natureza, vivendo do próprio trabalho, de preferência artesanal. Tratava-se de experimentar criativamente nova maneira de viver dando ênfase à consciência ecológica.
Três grandes movimentos marcavam a rebelião: a retirada da cidade para o campo, da família para a vida em comunidade e do racionalismo científico para os mistérios e descobertas do misticismo oriental e do psicodelismo das drogas.



Um dos gurus do movimento hippie foi Timothy Leary (1920-1996), conhecido como membro do Departamento de Psicologia da Universidade de Harvard. Experimentando drogas (LSD e mescalina) junto com seus alunos, Leary visava explorar o potencial criativo da mente até então ignorado pelos cientistas e cidadãos comuns.
Dos festivais musicais que aconteciam nessa época o mais memorável foi o Festival de Woodstock, em 1969, onde brilharam Janis Joplin, Joe Coker, Jimi Hendrix, entre outros. Lá, o lema de um grafite dos muros parisienses, “É proibido proibir”, realmente foi posto em prática, num ambiente alucinante, com muita música e alegria. Quase meio milhão de pessoas formou uma fraternal comunidade, como pregava a filosofia hippie da época. Foram três dias de amor e música, sem registro de qualquer tipo de violência. No decorrer do festival foram consumidos todos os tipos de drogas, por isso cinco mil pessoas forma hospitalizadas e três pessoas morreram e nasceram duas crianças.











O evento tronou-se num verdadeiro ícone da contracultura. A força jovem e a liberdade assustaram os mais velhos e conservadores. As dimensões do Woodstock foram além das 450 mil pessoas reunidas no festival, tanto que as discussões sobre sua importância persistem, mesmo 3 décadas depois. E até hoje o evento divide opiniões.
Muitos dizem que Woodstock foi o fim de toda uma ingenuidade e utopia que cercavam os anos 60. Outros dizem que foi o apogeu de todas as mudanças e desenvolvimento na sociedade. Mas todos concordam que o festival foi um marco importante não só para a história da música, mas para a história do homem.







quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O japonismo no Brasil


Os japoneses, antes mesmo de sua chegada ao Brasil, já influenciavam, de forma indireta, a produção artística do país. Essa história teve início em 1850, quando, por pressão da Inglaterra e dos Estados Unidos, o Japão se viu obrigado a negociar com outros países.

O Japão havia passado muito tempo, por volta de três séculos, sem contato com os povos ocidentais, ou seja, a cultura japonesa era um verdadeiro mistério para o resto do mundo. Nesse período, durante o qual estiveram isolados, os japoneses criaram estilos únicos de expressão artística. Com temas ligados à tradição militar, à religião, ou às cenas do cotidiano, desenvolveram técnicas peculiares de produção.

Estabelecida a relação diplomática e de comércio com as grandes nações colonizadoras ocidentais, os produtos japoneses passaram a circular pelo mundo. E, ao chegarem à Europa, causaram verdadeiro fascínio. Todos queriam vestir quimonos, ter espadas, empunhar leques.





Para proteger produtos tão cobiçados durante as longas viagens por mar, os comerciantes japoneses os embrulhavam em papéis cujas imagens, aos poucos, tornaram-se conhecidas dos artistas da época. Eram gravuras desvalorizadas no Japão, por seu caráter popular, e que acabavam virando material dispensável, sem nenhum valor comercial.





Artistas como Van Gogh, Gauguin, Matisse, Monet, entre muitos outros, quando tiveram contato com essas gravuras, passaram a estudá-las. Assim, muito do que conhecemos desses pintores foi enriquecido pelo contato com os trabalhos de seus colegas orientais. A essa relação damos o nome de japonismo. O japonismo representou a influência de que os artistas da época precisavam para renovar seu pensamento, fugindo das imposições da arte acadêmica.



Muitos anos depois, em 1908, os japoneses chegaram ao Brasil. Vieram trabalhar principalmente nas lavouras de café. Pouco a pouco, esses trabalhadores foram trazendo novos hábitos para o nosso país, ao mesmo tempo em que incorporavam a nossa cultura. A vinda de artistas japoneses certamente foi uma das mais importantes contribuições à nossa cultura e, mais uma vez, agora de forma direta, eles voltaram a ser fundamentais em nossa arte.

Em 1930 formou-se um grupo chamado Seibi, uma associação de artistas plásticos japoneses no Brasil. Contribuíram principalmente com o desenvolvimento da pintura abstrata, dando continuidade às idéias da Semana de Arte Moderna. Com uma pausa no período da Segunda Guerra Mundial, durante o qual sofreram terríveis e injustas perseguições, os japoneses e seus descendentes continuaram influenciando positivamente a cultura brasileira.




Na década de 1980, floresceu a "cultura pop", que deu início a um novo ciclo de japonismo. Não mais como resultado de um período de isolamento, mas como decorrência das inúmeras experiências artísticas desenvolvidas no Japão, artistas de todo o mundo voltaram o olhar para o Oriente, buscando formas e técnicas de renovação. Samurais, monges, a filosofia e a espiritualidade zen, gueixas, ninjas e tantos outros aspectos da cultura japonesa estão cada vez mais presentes em todo o mundo ocidental, incluindo o Brasil: nos animes (desenhos animados), nos mangás (quadrinhos), nos seriados de televisão, na moda, no cinema, nas artes plásticas, no design e na literatura.





Abaixo alguns estilistas que se inspiraram e se inspiram no Japão para criar suas coleções: